sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Escrever é sobretudo comunicar

- Pai, o professor baixou a nota da minha redação porque usei "mormente" em  vez de "sobretudo".- Bem feito! Eu lhe disse para não sair desprotegido nesse tempo frio!
Levei esse diálogo para a classe porque um aluno tinha usado "mormente" numa redação. Foi nesta passagem: "As manifestações que tomaram conta do Brasil deviam interessar mormente aos excluídos."
"Mormente" é o mesmo que "sobretudo", de modo que o estudante não falhou quanto à semântica; apenas se mostrou um tanto pedante. A palavra que ele escolheu tem um ranço formal, bacharelesco, que afasta ou desorienta o leitor comum. Uma prova disso é a resposta que o pai deu ao filho.
O diálogo acima é uma anedota. Como geralmente ocorre nos textos de humor, o riso decorre de uma confusão de sentidos - no caso, a confusão que o pai faz entre dois homônimos: "sobretudo" é advérbio e também substantivo (neste caso, significa "casaco que serve de proteção contra o frio e a chuva").
Mas não bastou isso para gerar a ambiguidade que levou ao efeito humorístico. A homonímia seria insuficiente caso não houvesse a polissemia do verbo "usar", que significa tanto "empregar" quanto "vestir" (além de outros sentidos que o dicionário registra). Se o menino tivesse dito ao pai que o professor baixou a nota porque ele escrevera (e não "usara") "mormente", o pai não teria feito a confusão. Não lhe ocorreria considerar "mormente" um tipo de casaco, mas o velho continuaria ignorando o que esse vocábulo quer dizer.
Se alguma coisa a anedota ensina, é que é melhor evitar palavras difíceis, pouco usuais. Além do ar pernóstico que dão ao texto, elas deixam o leitor no ar ou o levam a deduzir sentidos absurdos, a partir de falsas aproximações. Isso em nada favorece a leitura.  
Ao comentar a redação, perguntei à turma o que queria dizer "mormente". Quase ninguém sabia. O autor da frase era então uma ave rara. Louvei seu hábito de consultar o dicionário, que é fundamental para ler e escrever bem; esse hábito o colocava à frente dos outros. Mas o adverti de que a boa erudição é a que não transparece de forma ostensiva. O primeiro dever de quem escreve é se comunicar, por isso o texto deve estar ao alcance de todos. Até de um pai que não sabe distinguir um advérbio de uma peça do vestuário.

 

Chico Viana é professor de português e redação. www.chicoviana.com

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Aulinha básica!




O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.

Por que

O por que tem dois empregos diferenciados:

Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)

Por quê

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.

Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

Porquê

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)

sábado, 21 de setembro de 2013

Feliz Dia da Árvore!

No meu tempo de estudante (dia desses!), no dia da árvore fazíamos salada de frutas. Maneira deliciosa e reflexiva de lembrarmos a importância da árvore, da natureza, enfim. Mas hoje... É bom refletirmos!



Bom saber...

É sempre bom fazer de tudo para que a procura (e conquista) por um emprego aconteça de modo satisfatório. Escrever bem é apenas um desses meios. Fica a dica!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Exposição "Fragmentos de Vida"

Exposicao Fragmentos de Vida.jpg


Neste mês de setembro a Biblioteca Central celebra o aniversário de nascimento de sua primeira Diretora e principal nome da Biblioteconomia do Estado, Zila Mamede, que no dia 15 de setembro completaria 85 anos. Completaria? Completará! Os fragmentos de sua vida a torna presente no cotidiano desta biblioteca. Venha conhecer a exposição "Fragmentos de Vida", que remonta o ambiente de trabalho da primeira diretora da BCZM, com a mobília original da sua sala, livros e objetos pessoais cedidos pela família. A exposição acontece na BCZM e permanecerá aberta ao público até o dia 16 de setembro, dia do sexagésimo aniversário do seu primeiro livro, "Rosa de Pedra". Neste dia haverá um evento alusivo à data no auditório com inscrições a serem realizadas por meio do SIGAA. 

PARTICIPEM!!!