Houve uma época em que o estudo precedia o trabalho.
Caderno, lápis, borracha antecediam a máquina de escrever, a caixa
registradora, o talão de nota fiscal. Vivíamos em um mundo ordenado,
indo da causa ao efeito na linha do tempo. Primeiro, você era aluno.
Depois, profissional.
Essa lógica escafedeu-se pelo buraco da camada de
ozônio. Foi para o espaço! Hoje somos aprendizes e professores em uma só
pessoa. Não importa se você tem dois meses ou trinta e sete anos de
experiência. Mesmo com níveis e necessidades diferentes, o mais jovem e o
mais velho precisam seguir estudando.
Apreender não só novos conhecimentos, competências,
habilidades. O prato do dia é aprender a se mover em um mundo que - numa
velocidade expressionante - muda, surpreende, machuca, deleita, deleta,
incorpora.
É como se todos estivéssemos vendo tudo pela
primeira vez. Sensação agudizada pelas TICs - tecnologias da informação e
comunicação. Faz pouco tempo ninguém, de 3 a 90 anos, imaginava o que
era um tablet. Agora não só sabemos, descobrimos como usá-lo.
Nosso papo está indo para aonde? Para a certeza de
que ninguém está pronto a dispensar conhecimentos. Caderno, borracha,
lápis podem ter ficado nas gavetas do passado, mas a aprendizagem ganhou
uma urgência urgentíssima. O aprender o tempo todo é o canto do galo
das novas manhãs.
Tanto faz o jeito. Você pode aprender degustando
livros e jornais em uma biblioteca. Aprender no quarto da sua casa
suburbana acessando a imensa rede digital. Aprender conversando com
desconhecidos na rua. No trajeto da barca Rio-Niterói. Na linha amarela
do metrô de Sampa. Nos currais dos bois Garantido e Caprichoso em
Parintins.
Você terá que fazer. Pouco importa quais ferramentas
usará para fomentar as atualizações. Elas o farão seguir vivo na sua
profissão, no seu negócio, na sua Ong, no seu ócio. É tudo muito rápido.
O que sabemos hoje teremos que saber melhor amanhã.
Quando a necessidade de aprender conhecimentos,
competências, habilidades, lógicas acaba? Não acaba. Quer dizer, ela
termina quando a gente termina. Aliás, terminar-se ou findar-se é única
coisa no mundo para qual não carece pressa.
* iPhonografia: Régine Ferrandis, de Paris
http://br.noticias.yahoo.com/blogs/mente-aberta/arregace-o-c%C3%A9rebro-114540905.html
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